sábado, 26 de julho de 2008

DAS MINHAS BEBEDEIRAS...


Manifesto de saco cheio

Estou farta desses roqueiros bonitinhos engomados. Desses burgueses revoltadinhos, com seus ricos instrumentos devidamente polidos e valiosíssimos, afinados no tom exato da audiência... Estou farta desses roqueirozinhos modais com seu jeito contido e co-medido de fazer gritaria fosforescente - muito bem ensaiados - ao microfoníssimo...

Estou farta dessa gente serial, dessa arte modelar... Farta desses tipos montados... Argh! Estou farta; De toda essa bancada constituída de sentimentos genéricos! Farta dessa fúria muito pouco original... Desses top-sucessos "reciclados" (para usar uma palavra bem ecológica e, vamos dizer, politicamente mais correta...).

Diabos hibernais! Estou farta desse positivismo hipócrita! Farta dessa mixórdia! BASTA! Pouca coisa me enoja tanto quanto essa chusma enrustida!

Vaias! Eu quero pra mim toda vaia que eu puder arrancar... Até o último silêncio engasgado de susto... Até o último pulmão sufocado... Até lamber os tímpanos!

Estou farta dessa gente que não quer envelhecer, farta desse fisiculto capitalista, desse engarrafamento desenhado a bisturi! Estou farta desse cineminha "pós-new-old" com pipocas... Desse atum light em película ômega-3! Estou farta dessa música seca... Farta dessa Paixão Segundo São Superficial... Farta dessas festas... Dessa falta de vontade... Estou farta de nada mais orgânico... Farta de nada mais caustico... FARTA!

Estou farta desses novos talentos enfiados... Farta desses jornalistas, farta dessas perguntas, farta desses fotógrafos, dessas tintas, dessas texturas, tessituras e obras de arte e contrarte moderna... Desse discursinho canalha infalível...
Estou farta de tanta ótica... Farta dessa imparcialidade... De todos os sentidos distorcidos...
Estou farta dessa democracia maldita! E de tudo o que nem é possível exprimir em uma única e desgraçada existência ortografada impune... Mil vezes écaght!

Estou farta desses intelectuais!
De todas essas tribos dentro e fora dos botões...
Não me viram!
(Deus! Estou farta dessa música...)
Será que nada mais é imprevisível?

Estou cheia de tudo isso que há por aí... Fechando a vácuo o panelão gosmento... Como se nada mais existisse... Como se tudo o
mais fosse tão desimportante... Como se nada mais fosse correto... Como se a ARTE tivesse que ser correta... CORRETA?! ... Vamos e viemos! Eu estou de saco cheio sim e disso eu não tenho a menor dúvida!

Talvez você seja um desses que me embrulham o estômago... Eu aviso, não venha me pedir para autografar... Ou talvez você seja outro guerreiro errante como eu, querendo ver alguma coisa acontecer... Não, não vou fazer isso; Não vou mesmo! Não há tempo para filosofias catartróficas... Mas eu tenho que dizer e talvez você concorde, que a juventude dos meus pais foi muito mais líder do que a minha, e essa juventude que vem aí, do filho que eu nem tive, (e, diga-se de passagem, não terei parido para esse mundo inópio) essa geração está saindo muito mais lerda do que qualquer outra!
Quero dizer que é essa gente aí que está vindo com esse papo de Roqueiro-Tipoassim... New-metal, New-rock... Mas por favor! Que chamem isso de qualquer outra coisa, ok, a gente aceita... Só não venham engrupir que é New-Rock N' Roll! E por favor, não me venham com essa de new-JAM-raíz!
(AHRG!... hoje em dia... nunca estamos seguros...) estou arrancando os cabelos, eu juro!

Bem, não estou aqui falando mal de ninguém. Eu jamais diria que são incompetentes. Não, pelo contrário, são sim bem competentes no que fazem. E é bom mesmo que o façam bem feito, com a competência merecida... Aliás, incompetente sou eu! Eu, que não consigo engolir esse tal de mundo "moderno"... Onde alguém precisa abraçar o embargo de promover satisfação ao tipo de desejos de consumo frenético da massa, da galera, da "craude"! ... (brasa mora?!)

Na verdade, não é que eu não entenda, mas sou no mínimo idiota por não aceitar fazer parte disso, já que o lugar comum é sempre mais bem pago... Pois é, eu só posso concluir que eu não dou pra isso; enquanto que eles... Dão perfeitamente! (não me entendam mal) Eles efetivamente dão! Têm que dar... Eles são o Hors-concours do "Chá-com-pão"... E ainda acham bonito! O que é que se pode fazer?! Só me resta ficar pasma...

Eu os admiro por isso!

Mas, se quiserem falar de música comigo, e é isso o que quero dizer, porque para mim todo esse empenho demonstra uma forma competente de fazer-se incompetente!

Não sei se você reparou, mas eu tenho percebido uma atitude conformista demais sendo duplicada desordenadamente!
Preferem reproduzir ao invés de contribuir.
Preferem repetir à inventar algo novo.
Seguir ao invés de construir e descobrir uma História...
Pois, para mim estão jogando no lixo o que têm de mais precioso... Que talvez eu mesma não tenha... (essa facilidade...).

A diferença é que há coisas remediáveis e coisas lamentáveis... E "a pobreza de espírito - como já disse alguém inteligente - é a única que não tem remédio". Sendo assim me parece que técnica e músculo a gente desenvolve... Talento... Bem, talento não se discute; Ou você tem, ou talentíssimo! Desde os incontáveis... Todo mundo explica que se você AMA fazer uma coisa... Está aí o seu dom. (e ponto final)

(... cada um é livre pra gostar de fazer o que quiser)
Ora, estou farta dessa arte de vitrine, dessa arte de porcelana, de vontades frágeis e dores voláteis... Estou farta dessas notas amenas, dessa poesia bairrista, dessas vozes conhecidas desses tons diapasados corretamente. Repito: corretamente! ... rhaig! De toda essa coisa que soa hermeticamente familiar!
Estou farta de um mundo onde quase tudo é lamentável e já não se pode suportar artistas-marionete atuantes da arte-mór do engodo que se instalou... Estou farta mesmo dessas personagens dispostas pusilânimes, coniventes dessa arte que não se atreve, que não se arrisca, que se resguarda, que não se expõe... Ora isso não é ARTE! Não é senão arte-miúda... Indigna! Não! Não é arte!

Eu quero a arte de improviso!
Quero a música que se remenda e se refaz... Que nunca se termina!
Quero a Arte... Que nunca está completa!

Eu quero a voz das negras putavéias... Dos negros magros famintos...
Quero a voz dos pobres boêmios ressecados acometidos de rouquidão, câncer, e cirroses hepáticas.
Eu quero a voz dos brancos descascados
Dos psicodélicos...
Dos moradores de rua
A voz do morro, das cadeias...
Das cadeiras elétricas!
Quero a voz dos banheiros de apartamentos...
Dos traqueostomados...
Dos casacos de pele arrancados vivos!
Das moscas
Dos porões dos manicômios
Do lixo hospitalar
E de quem sente FALTA!
Eu quero o grito dos trens do suco de carne...
Eu quero a voz do sangue
Da cruz
A voz que vem dos ossos, dos dentes, das fogueiras, dos cabelos, do cu!

Eu não quero saber de outra arte que não seja livre, totalmente livre... E que não pertença à coisa alguma de que se tenha notícia! Porque eu também tenho fome! E minha voz não é outra senão a dor rasgada de um grito ao mesmo tempo rebelde e preguiçoso... Mas sempre pungente! Que pinga – pelo amor de Deus - das minhas tripas... E escorre pela minha garganta até a caixa de ressoná-la assim desentranhada... Toda! Intestinal!

Estou farta desses pedidos de desculpas, de todo esse cinismo simplista... Eu não quero saber desses verbozinhos chapados... Que não convencem a não ser uma porcaria de consumidores medíocres - e no máximo! Muito embora, e isso eu garanto, são eles de exímia competência, sim! E sem dúvida uma necessidade providencial, diria até execráveis... (azar! Eu posso dizer o que quiser) Estão prontinhos para a fama tal como biscoitos saindo do forno para o mercado!

Ora, quem sou eu...
Quem sou eu para dizer tudo isso?
Sou um pobre ignorante! Abrindo o verbo inconscientemente... Sofrendo do romantismo que resta como última ciência à gente pequenina... Gente arrogante ridícula! Em sua personalidade burra... Burra! Como sou burra... Cheia de frases e teorias... Deflagrando discursos a respeito de um assunto que mal pode apreciar... Se soubesse, estaria cantando. Se soubesse estaria tocando. Se entendesse ou sentisse ou soubesse ... estaria compondo. Não estaria escrevendo estas páginas... Imbecil. Sou eu. Sim eu sou pobre. Sim! Sou ignorante, mesquinha, ridícula... Sou burra! Sei que sou.
Todavia, se quiserem vir falar de Música comigo; Precisam estar preparados para o Escárnio
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kisstangerina.

XXVII
Com carinho a Ricardo Maurício.
BigBass que festeja comigo tudo iss...

11-08-05
17h33min
qint-f. últ.nov.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Leão Demérito

Esse tipo de injustiça acontece com freqüência
Se eu precisava de um motivo pra esquecer...
Este me serviu!
Não será preciso deixar nada entendido
Apenas registrado
Como a única coisa que resta a uma mulher...
Afogada em sentimento e só
Por que racional, só.
A frieza é da fera que marcou a pele
Mas ela vai cicatrizar... Vai sim
Entre manhãs mais belas
E crepúsculos delicados
Logo, não importa
Mas definitivamente!
Em meu estado...
Tenho os privilégios da Natureza em vantagem
E abundância
Não posso, nunca mais esquecer disso:
E não aceito nada menor
Do que seja total.
O nome é um troço peculiar...
Vou molhar os pés...
Aceitar a mão beber do sal
Esfriar o sangue nas águas de inverno do mar
Secar minha roupa no fogo da lenha da casa do mar
E deitar o meu corpo na cama diversa da areia branca
Da casa de inverno do mar
Vou molhar os lábios...
Bonitos que encontrar
Sarar a pele noutra pele sonhar
E entrar nos olhos dourados comigo
À beira do azul!

A manhã será outra música...
Ta tudo certo
Em cima do mar.

Kisstangerina.

Quinta-f. 17.07.08
23h56min


Hertz Marés

Hoje, a noite é de tormenta
Vamos ao mar!
A Lei desafiar
Além cumprir
Nós vamos cantar!

Vermelho, verde, branco...
Flutuam as luzes do mar
Ascendem a vozes no palco
Ele traz a fusão das ondas
Traz a dança do horizonte
Nas linhas de tocar

Navega no som e no mar
Seu ofício é navegar

Ói bruxa! Fada irmã de toda cena
Em teu barco de magia
Vou me batizar
Oiá moça bonita
Nos teus olhos de justiça
Vou me espelhar
E nas águas cristalinas que pudermos chegar
Vamos purificar nossas dores
Mergulhar os pés e o coração...
Nós vamos cantar!

Ói bruxo! Mestre pai do som e do mar
Tudo o que é belo é simples
Vem, me ensina cantar!
Tu navegas no som e nas águas
Teu ofício é encantar

Oiá mãezinha bonita
Mãe poderosa e sagaz
Proteção dessa família
Abre a porta da tua casa
Pra gente que é de paz
Fecha as correntes impuras
Protege o nosso mar!
Fluir de nossas cores, harmonia
Traz nas mãos os elementos
De luz teus olhos
Vem alumiar!

Mestre de todas as ondas
Vem, me ensina navegar!
Hoje, a noite é de fúria nas águas
Vamos entoar a oração da nossa bênção
E seguir pelo canal...
Vamos chegar até Lá...
Nós vamos cantar!

Navega no som e nas águas
Em toda vida
Seu ofício é navegar!

Hoje, a noite é de tormenta
Vamos trabalhar!
Quem navega tempestade
Navega qualquer mar!


Kisstangerina.
Domenega matina
29.06.08
03h


(Para: Super gringa Fabi! Poderosa bruxa linda! e Louco Barragan! Mestre do som e do mar. //E com respeito e amor`a tua ' MÃE '... nossa amada Laura//
Para vocês e por vocês... E por causa de vocês escrevo essas palavras simples que são o que tenho! E são um pedacinho de mim que entrego a vocês, com amor)

terça-feira, 15 de julho de 2008

"POEMA PERFEITO"

Faltou dizer que esse título, nem fui eu que fiz... Pois o samba foi escrito por :

kisstangerina e Urbano Leonel Sant' Anna

Aliás, o Urbano é que transformou um simples e-mail meu num poema... E num samba!

Quando vamos gravar eim, Bano?!
bacio da gringa pra ti!

15.07.08
23h49min
terça-f.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

POEMA PERFEITO


Borrões de alguém que escreve até dormindo...
Entre o sonho e a realidade
No escuro, com o batom no papel higiênico
Que fica ao lado da cabeça
Na barraca compartilhada...
Depois de usar o papel
No meio da madrugada...
Putz!!!
Aposto que esse era finalmente
O poema que prestava!

KISSTANGERINA.
MUSISCADAS
“Deu Samba”

sobre fato real acontecido em Ubatuba – SP junto com seu primo-amore: Felipe Moutinho Pedrosa. Tivera, talvez, 13 anos. [?]
12.01.08, TERÇA
Bamboy

(“...but I see your true colors...”)
(Kisstangerina e “Nega Bo”)
11.03.2008 – 14h52min


Bm A
You are an angel
Am Em
In a jail heart
Dm C7
Scream and dream
B A
Of a better day
C F
You want to run, run, run, run, run, run, run!
E
And run… To some freedom
Bm A
Brother, I don’t like it
Am Em
To see you these way
Dm C7
Feeling so bad
B A
Down in your lost heart
C F
You better run, run, run, run, run, run, run!
E
And run… Thru your feeling
Bm A
Laughing… “easy lovers”
Am Em
Build so frail hands…
Dm C7
The night is to short
B A
Run to a real life!
C F
You’re gonna run, run, run, run, run, run, run!
E
And run… Up to your self!

kisstangerina e Negabo.
MUSISCADAS

Nota:
1. A sintaxe e construção morfológica semântica está totalmente submetida à intenção composicional. De vez que a tradução escolhida é aproximada à gramática e esta, por sua vez, regrada ao conforto e conformidade poético-musical-autoral.
Sonho do Luar

D A
Um preto cego veste branco
D
O cego atropelado preto por um fuca branco

A
Dormindo... pobre eu sonhei
G D
Eu sonhei... só pobre dormindo

A
Na Antártida o maquinário preto
D
O gelo da Antártida é branco o maquinário é ferro

A G D
Um navio aterrissou de gelo ali em Conde D’eu
C E
A nave na colônia
A G D
O navio de gelo branco numa terra que eu sonhei


D A
Corria o preto cego na avenida
D A
Os gritos das beatas brancas vestidas de pêrto

D
O olho cego todo branco
A
O velho magro preto cego

D A
Os passos pretos curtos de um cego na avenida
D
O cego atropelado preto por um fuca branco

A G D (~~...)
O sangue da fratura exposta da canela pobre
A
O cego atropelado preto (pobre) de canela branca

D
O preto cego pobre branco
A
O fuca cego pobre preto

D
O preto atropelado e eu
A
Por um fuca cego

D
O sangue de todas as pretas
A
Todo osso é branco


D
O sangue de toda canela
A
Vermelho é o sangue

G D
O pobre eu sonhei dormindo
A
Eu dormindo pobre

G
Dormia o cego era mendigo
D
O pobre (Gritava) na avenida
C E
E acordei pobre domingo


Kisstangerina.
XXVIII
MUSISCADAS

08-04-2006
08h20min
sáb-f.
no UI
HAY QUE DEJARLO TODO – (NTVG)
Engraciosissimos te Diego

Letra: Kisstangerina e Marcelo Velazquez
Porto Alegre, 18/19 Junho -2006
Música: Gabriell Alves de Araújo, Kisstangerina e Ronan Fagundes
Convidados: Bruno Chaplin Mendes, Claiton Fagundes Araújo e Demétrius Câmara
Porto Alegre, 18/19 Junho - 2007



Introdução: Em A D F#7 Bm C#7 F#m Bm G A D F#7

Bm
NO TE VA GUSTAR
VAI TE MAGOAR
A D
QUANDO LA VIDA TE CIERRA LA PUERTA
QUANDO A VIDA TE FECHAR A PORTA
F# Bm
Y MUCHAS VECES TE HACE LLORAR
E MUITAS VEZES TE FARÁ CHORAR


Bm
NADIE COMPRENDE LO QUE QUIERES
QUANDO NINGUÉM TE COMPREENDE
G F#
EMPIEZA A LLOVER Y NO PUEDES SEGUIR
COMEÇA A CHOVER TANTO E NÃO PODES SEGUIR TEU DESTINO
Em
PERO, MIRA A TODOS LADOS
MAS, OLHA TODOS OS LADOS
A D
NUNCA TE CANSES SIGUE INTENTANDO
NUNCA TE CANSES SEGUE LUTANDO
F# Bm
PUEDE HABER ALGUIEN BUSCANDO LO MISMO QUE VOS
PODE HAVER ALGUÉM BUSCANDO O MESMO QUE VOCÊ

Solo: Bm Bm/Bb Bm/A G#dim G7 F#7 Bm

Bm G
AUNQUE SEA POR CINCO MINUTOS
MESMO QUE SEJA PARA TER CINCO MINUTOS CONTIGO
A D
VOY A BUSCARTE A DONDE TÚ ESTÉS
VOU TE BUSCAR ONDE QUER QUE ESTEJAS
Em Bm
SOLO UNA VIDA TENEMOS
TEMOS APENAS UMA VIDA
A F#
ES UNA CARRERA CORTA
E ELA É BEM CURTA (UMA BREVE MARATONA)
Bm A Bm
HAY QUE DEJARLO TODO
É PRECISO DAR TUDO DE SI

B Bb E Eb (VOZ 1)
G F# G F# (VOZ 2)
G G G G (VOZ3)
ÔÔÔ...ÔÔÔ...
D A Bm
HAY QUE DEJARLO TODO
VOCÊ TEM QUE DAR TUDO!
Solo: Bm Bbsus4# A7 G D (2x)

Solo Barroco: Dm A7 Gm5- Gm(5-)/A Dm Gm6 Gm6 Gm6 Gm6 Dm Dm Dm ...
A#/G Dm Asus4/F F/5 Fadd9 Gm6 Em/5- C7 Em(5-)/A Em/5- Edim ...
D7 D7 C E7sus2 D7sus2 Gadd11 Aadd9 C/A D7 D7 D7 D7 G A/G G A/G


Bm Bm A G F#
YO YA TENGO MI "JULIETA"
EU JÁ TENHO MINHA "JULIETA"
G F# G F#
QUE ES MI MEJOR "REGALO" DE DIOS
QUE É O MEU MELHOR "PRESENTE" DE DEUS


Bm A G F# (VOZ 1)
Bm A7 Bm Bm (VOZ 2)
B A G F#
(MIJULIETA) (VOZ3)
TU YA ENCONTRASTE EL TUYO?
TU JÁ ENCONTRASTE O TEU?


Solo Barroco: Repete a partir de: A#/G ...


G F# G F# G
DALE! SALI A BUSCARLO! (OLÈ!)
ANDA! VAI BUSCÁ-LO!


Bm A
AUNQUE PIENSEN QUE ESTAMOS LOCOS
MESMO QUE PENSEM QUE SOMOS LOUCOS
G F#
NO IMPORTA Y SABES PORQUE?
NÃO IMPORTA E SABES PORQUE?
Em Bm
LOS LOCOS SON MUY LINDOS
OS LOUCOS SÃO LINDOS!!!
F# E Bm
(DALE)MIRA TU SUEÑO SIGUE EL CAMINO!
OLHA PARA O TEU SONHO! SEGUE O CAMINHO!


A D
NUNCA TE CANSES SIGUE INTENTANDO
NUNCA TE CANSES SEGUE LUTANDO
F#
PUEDE HABER ALGUIEN BUSCANDO
PODE HAVER ALGUÉM BUSCANDO

Instrumental: F#7M G#7 G#m F#7M... "Garota de Ipanema"

Instrumental: F# F# D# D# D# C# F# F# D# D# D# C#F#... “Garota de Ipanema”

F# 8.Bm
PUEDE HABER ALGUIEN BUSCANDO LO MISMO QUE VOS
PODE HAVER ALGUÉM BUSCANDO O MESMO QUE VOCÊ

kisstangerina.
MUSISCADAS
Luna Y Mar

(Kiss Tangerina Y Ângelo Cauduro)
31.01.2008


Dedilhado: Bm, D, A
Bm D A Bm
“Sepas que la única cosa que nos divide son algunos metros
A D G A
Pero la luna esta siempre a nuestro lado para unirnos...”
D G
Oh... Mi Amor...
D G
No, No llores corazón
A Bm
Mañana estaremos juntos
D A
La vida será completa
Bm A G D
Y estaré siempre a tu lado

A D G
Sepas que estaremos juntos aunque nos separan algunos metros
A D G
Pero la bella luna ella esta siempre a nuestro lado
A G D
Para unirnos

F C
Quando sentires tristeza mire a la luna
Em C
Pues yo estaré ahi cuidando de ti

A D G
Adonde tu vayas yo estaré siempre, siempre a tu lado
A D G
No hay destino o distancia, nadie podrá impedir de buscarte
A G D
Eres mi vida, mi corazón

Bb

Y eso fue lo que senti...

A D G D
Eso fue lo que senti mientras mirava el infinito del mar
A D G D
Eso fue lo que senti mientras mirava el brilho de la luna
A D
Y senti como si estuviera a mi lado
C D - (G, D = voz 2)
Estuviera a mi lado
Bb
Estuviera a mi lado
F
A mi lado
Solo: A D G D
Bb F
Quando sentires tristeza mire a la luna
C Bb (+8) F
Hoy me hace falta un cachito y nadie lo puede ocupar....


Bb F
Eso fue lo que senti mientras mirava
Bb F
Luna y mar
A D
Eso fue lo que senti mientras mirava
G D (C, G = voz 2)
Luna y mar
A D
Y senti como si estuviera a mi lado
C D
Estuviera a mi lado
Bb
Estuviera a mi lado
F
A mi lado

Solo: A D G D

Bb
No hay destino y no hay distancia
C (+8) Bb F
Nadie podra impedir de buscarte


Solo: Bb F


kisstangerina.
MUSISCADAS

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Remédio-Bo (Sentimentoma):

(Kisstangerina e “Nega Bo” 11.03.2008 com Bamboocha)
terça f. 10h50min

Dm7 Gm
Ô....Ô....
Dm7
(ah) Eu não posso te esquecer
Gm
Você está na minha febre diária
Dm7
Você é o meu suor noturno (é)
Gm
Minha falta de ar...
Dm7
É por causa de você
Gm
Que agora me falta!
Dm7 Gm
Então me diz como curar o meu corpo do teu?
Dm7
Diz como curar o meu corpo do teu?
Dm7 Gm A7
Ô...Ô...Ô...Ah...
Dm7
Sei que o meu remédio
Gm
É também o que me abate
Dm7
Diz como curar
Gm A7
Diz como cura’o meu corpo do teu!
Dm7 Gm
Ô...Ô... **(fica o groove repetidamente, pouco variante p/ fala)**
Voz falada: Sintoma de sentimento, será?
Ele precisa curar?
Sentimento
A gente não manda ele fica...
Se pode amenizar a intensidade, tirar sua força...
Ou perpetuar... quem sabe?
Desvendar a verdade do que se sente
Sentir de verdade aquilo que sente
Os sintomas do que será que vai sentir
Sintomas de outro sentimento...
Carinho, admiração, desejo... Raiva
Sintomas do que já senti, temo e sinto...
Medo de sentir!
Carinho e paciência são as chaves de tudo isso.
A indiferença é o escudo de quem teme aquilo que sente
E a melhor forma de lidar com tudo isso
É simplesmente: viver.
Dm7 Gm A7
Ô...Ô...Ô...Ah...
Dm7
Sei que o meu remédio
Gm
É também o que me abate
Dm7
Diz como curar
Gm A7
Diz como cura’o meu corpo do teu!
Dm7 Gm
Ô...Ô... O que vem fácil, fácil se vai. Eu sou de ficar.
kisstangerina.
MUSISCADAS
CAPÍTULO:
Éh... guasta-Ostepô

Prefácio da Autora:
Garibaldi, 07.02.2008 - 23h

Tudo o que você nunca quis saber...

Tinha quase certeza de que minha escola iria perder este ano... Eu sempre acho lindo o desfile da Mangueira, mas a Beija-Flor vem mostrando-se impecável! Além de ser considerada como uma das “baterias” mais “redondinhas” do Rio de Janeiro... Em Porto Alegre, a Restinga perdeu e, aqui na colônia... Aqui na coloniolândia meu Bloco já era. Eu nem ligo. Queria mesmo era passar o verão no Recife... Ou o carnaval em BH. Ou, melhor ainda, nem voltar mais porque nessa terrinha o clima é desalmado. Há um ditado que todos os garibaldinos conhecem: “Aqui só tem duas estações: O inverno e a rodoviária”.

Não é jogo de marqueting.
Quando digo que esta é uma história da qual você nunca quis saber, é porque realmente é uma história da qual você nunca atinou em querer conhecer, penso eu. Porque você tem grandes chances de nem saber quem eu sou. Aliás, uma anônima como todos os milhões e bilhões... Como você, talvez. E, sinceramente, eu acho que não teria tempo de ler a sua história. A história de quem talvez, eu nunca tenha ouvido falar. Não que eu seja excêntrica, quem me dera! É que a sobrevivência atual me impede de realizar muitas curiosidades, como conhecer a Vida de uma pessoa... Por exemplo.

A minha história só me interessa porque é a minha própria história! E só a escrevo porque não posso viver sem fazê-lo. Sou uma escrava. É claro que li o Rilke... E é claro que me refiro ao que marcou minha crédula ingenuidade quando o li. E não só a ele, pois todos os autores que conheço se repetem, de certa forma; a eles próprios e entre si. Eu também.

Então, agora que perdi sua atenção e preservei seu precioso tempo, se é que você ainda está ai, do outro lado, desmerecendo entretanto o seu interesse, inicio minha história sem arrependimentos...


CEUPA
Parte I


...mintam! Podem continuar mentindo com seus muito bem ancorados semblantes e olhares... Com seus ombros recolhidos de dar pena! Têm talento para isso! Aproveitem os tempos de fartura! Pois estão perdendo a credibilidade...

Eu estive lá...
Convivi entre eles...
Conheci a verdade... Do lado de dentro daqueles muros...
Apanhei da crueldade e da frieza de cada um e de cada uma.
Sobrevivi ao espizinhante deboche daqueles corações mal ensinados...
Fui traída de todas as formas.
Ali, tentaram matar o meu sonho...
Ali, deixei pedaços de minha esperança, mutilada para sempre...
Mas isso não é de todo ruim.
Não amigos. Ninguém vai matar o meu sonho.
Nem eles, com sua língua e seu veneno.
Aprendi a diferença entre um sonho lindo, uma esperança autêntica e uma perfeita ilusão da vida...
Ao invés de destruírem meu caráter como fazem, tão bem feito, à maioria dos jovens que ali chega por brincadeira ou maldade do destino.
Eles fortaleceram meu coração.
De Fé, porque você precisa desenvolver uma fé inabalável para sobreviver ali...
De gana!
De sabedoria... Porque sem ela, ninguém vence.
Aprendi a não ter pena.
Aprendi a viver sem orgulho e sem vaidade... Sem luxo e sem muitas coisas
Digamos, necessárias...
Mas, principalmente, eles me ensinaram a perdoar.
Aprendi a exercer a caridade.
Isto é algo que nunca poderei retribuir-lhes.
Entretanto confio na justiça Divina. Ela há de me fazer essa gentileza, por empréstimo.
É claro que não vou deixar de contar os outros cômicos, tragicômicos, curiosos e excitantes episódios... Envolvendo sexo, é lógico. Drogas, todas as drogas... E pra não decepcionar, o bom e velho rock n’ roll.


CEUPA...
Centro Evangélico Universitário de Porto Alegre.
Centro de embustes e abusos... Eu passei por ti!
Vivi isso e posso contar.


“E pra’quele que provar que eu to mentindo”, diz o Raulzito, “eu tiro o meu chapéu”.
Há dois tipos de ex-ceupanos: Os que, de certa forma amam o lugar... Pelo pior tipo de romantismo, ingenuidade ou “rabo-preso”. E os que, de certa forma não se importam... Pois não vale muita coisa guardar um sentimento mais relevante, além do aprendizado.

É claro que existem exceções, elas precisam existir. Nós, quero dizer, eu e você, todos nós... Precisamos fundamentalmente delas! Nem que seja para nos contrariar. Para criar polêmica. Colocar em cheque nossa afirmação... Nem que seja pra vender!!!

Falo de mim porque é o que posso.

Há três CEUPA’s em Porto Alegre. Esse tipo de alojamento conhecido popularmente como “casa do estudante”. Mas devo esclarecer que o CEUPA é diferente das casas vinculadas com algum Centro Acadêmico, como é o caso da casa CEU em Porto Alegre. Exclusivamente destinada aos estudantes da Universidade Federal, UFRGS. Assim, o CEUPA é uma “terra de ninguém”. Não há uma Universidade regendo o sistema das casas e o governo não demonstra o menor interesse por elas. O Governo apenas manda uma verba anual, que é administrada pelos Presidentes das casas e exige um tipo de prestação de contas que é feito pelos próprios estudantes, sem um contador se quer. Nenhum morador-comum tem acesso à essas informações... Cada morador é obrigado a pagar um aluguel à comissão sob pena de expulsão. O valor desse aluguel, normalmente fica muito abaixo da média. Vamos dizer que em 2003, quando entrei, pagava R$ 40,00. Assim que puder, acrescento fotos dos documentos originais... Por agora, digamos que, seguindo o raciocínio... Em 2004 pagava-se R$ 60,00, que depois foi pra R$ 65,00. Depois passaram a cobrar R$ 80,00 por mês. Quando se pagaria em uma casa de pensão o equivalente ao dobro desse valor. No bairro cidade baixa há três residências CEUPANAS. As casas têm um regulamento interno que é fiscalizado por uma comissão denominada: CEPAI, (a postar: significado da sigla...). A CEPAI ou CEPAE, não lembro ao certo, fica responsável pelo Regimento Interno e pelas normas gerais. Além de cuidar do trabalho das comissões representantes de cada uma das três casas. Normalmente, Os coordenadores e presidentes de cada casa também compõem o grupo da CEPAI.

Quando um candidato concorre a uma vaga em alguma das casas, ele só será bem-vindo se a casa estiver praticamente vazia – o que é bastante difícil acontecer. O candidato, candidata deve estar matriculado em uma Universidade Particular e atestar pobreza e miséria nos comprovantes de renda, próprios e de todos os familiares, para concorrer a uma vaga.


Os familiares de quem concorre a uma vaga não podem, sob hipótese alguma, ter residência na cidade sede do alojamento requerido. Bem, não é impossível estar matriculado a um centro acadêmico particular e ser miserável ao mesmo tempo... Não é, absolutamente impossível... Porém, ali no CEUPA, os moradores-chefes não eram de família miserável. Alguns passavam incólumes pelas “Assembléias” e CEPAIS. Eram, normalmente, rapazes, moças de caráter pouco confiável... Ou “QI” de algum interno...

Sendo as Comissões, bem como o grupo de moradores mais antigos, em sua maioria, obesos, chatos, falidos, homossexuais, heterossexuais, trissexuais, panssexuais, assexuados, drogaditos entre alguma que outra pessoa bacana. Em quase três anos de CEUPA encontrei 8 espíritos realmente belos: "P.C.", "Jack", "Cello", "Maurício", "Tonho" , "Alemoa" e as inesquecíveis: "Tininha", a vira-lata e "Madá", o cadelão labrador.


Mistura fina!
Durante a minha CEPAI, e até hoje não pude saber o porque, uma das meninas iniciou uma campanha terrorista contra mim. Tudo começou depois que seu namorado, então chefe da assembleia, iniciou a votação a favor da minha vaga. A moça imediatamente retirou-se levando consigo sua amiga, que era a presidente da CEPAI. Ao retornarem a presidente levantou um falso testemunho comovente... Logo a namoradinha reforçou... Seu fiel escudeiro mais que depressa voltou atrás no parecer, eram três votos contra. Outro membro da comissão, depois fui conhecer o tamanho de sua maldade, lavou as mãos ao caso e se retirou. O último cidadão levantou a hipótese de deixar-me uns dias de experiência somente para que eu tivesse a oportunidade de provar o quanto poderia ser merecedora da vaga... A situação foi a voto popular e todos aqueles desconhecidos... Uns 60, um por um e uma a uma tomaram a palavra e discorreram sobre o meu caráter como se me conhecessem muito bem. Aliás, muito mais do que eles gostariam... No final da minha primeira assembleia eu, loira, magra, com uma aparência impecável, sorriso de atriz e um deslumbrante par de olhos verdes brilhantes (É fácil ser irresistível com 20 anos!) ...Eu estava expulsa da casa antes mesmo de entrar. Encerraram a sessão e queriam q eu me retirasse imediatamente. Às 23h 55min da manhã, sozinha e com toda minha tralha de mudança... Comecei a chorar em pânico, pois jamais tinha presenciado uma cena daquelas... E pra piorar, era comigo! Passou por mim aquele cara que fez o papel de Pôncio Pilatos na assembleia e disse: “Não adianta chorar ai... Fazer papel de vítima! Você não pode ficar e pronto. Só isso. Pega as tuas coisas e vai embora!”. Respondi entre soluços: “Deixa eu ficar até amanhã de manhã pelo menos!”. E ele: “Até amanhã? Ficar aonde? No meu quarto não. Todos já estão dormindo e fora dos quartos é proibido hóspede”. Eu fiquei muito exaltada e abalada e disse: “Mas isso aqui não é uma casa destinada a abrigar estudantes pobres que não têm onde morar, para que não fiquem na rua? Este é o meu caso!” E a resposta dele foi tranqüila como a ordem da forca: “Isso mesmo! Como você mesma disse, é uma casa de Estudantes! Se você é pobre, vai procurar uma casa de caridade!” Aos prantos e incontrolável eu gritei para a casa inteira escutar: “Filhos da Puta! Desgraçados! Eu quero que todos vocês morram queimados!” O mesmo salafrário que falou, voltou para traz e, encaminhando-se ao telefone disse que iria chamar a polícia... Nessa hora um morador do quarto ao lado, que não estava presente na CEPAI veio até mim e dirigindo-se ao pilantrinha de um metro e quarenta que me insultava, falou-lhe com bastante manha... E rendeu-o convencendo-lhe de que iria deixar-me como hóspede em seu quarto. Fiquei impressionada com a tranqüilidade, a frieza e o poder de persuasão daquele morador. Antes do baixinho entrar para o seu quarto, porém advertiu o colega dizendo: “E você, que faltou pela terceira vez a assembléia, vem aqui assinar a sua segunda advertência! Mais uma e você estará fora, ouviu?!” “Sim, sim...” Entrou comigo e nem fez caso do baixinho. O "Jack" era uma personalidade muito inteligente e, com ele aprendi muito... Muito mesmo... Mas isso eu conto depois. Aparentemente solidário, Jack me explicou que cada morador tinha o direito de abrigar um hóspede por um mês, desde que aprovado pela maioria da casa. Não era o meu caso, mas eu fiquei. E isso nada prejudicou o carisma sarcástico e impressionante do morador que me abrigou em seu quarto: uma “Cabeça de Porco”, como ele mesmo chamava... Sujeira era elogio para referir-me àquele “lixo”. E foi onde me amontoei por cima das bagagens e dormi.

Havia colocado tudo em cima de um colchão de casal que estava dobrado na cama de cima de um beliche no quarto do Jack. Era o meu espaço. No dia seguinte perguntei ao Jack porque havia um colchão de casal ali e não um de solteiro... Com a mesma manha de sua última fala ele me respondeu... (Parecia que “miava”...) “Não... Anjo, essa cama não tem colchão! Esse ai eu peguei no lixo! Tava lá atrás na chuva, no chão..." E como quem desejasse causar-me asco seguiu entre risos "...na sujeira, estava cheio de aranhas, fedendo a mijo de rato... A Tininha é que dormia nele... (Saudades tenho é da Tininha... Uma cachorrinha linda demais que não era moradora, mas sofredora da casa). "E você deixou eu dormir ali e colocar todas as minhas coisas ali sem me dizer nada??” Disse eu. Ao que ele, novamente com aquela lábia indefectível respondeu sorrindo: “Eim?!... Bem eu pensei que não seria delicado te convidar para dormir na minha cama, assim, logo de início, não é?! Você poderia se ofender e achar que eu estivesse te cobrando por algum favor... “Ah... sim! Acenei irônica e olhando bem pra ele acrescentei: “Já logo se vê pela sua cara o quanto você se importa com esse tipo de cerimônia...” “Bem...” ele disse, “Se você preferir, pode ir pedir ao “Baixinho” um colchão... Porque é ele o encarregado...” E me dando um beijo de tchau, saiu dizendo que tinha horário. Na segunda noite acordei cheia de bolinhas pelo corpo... Escabiose. Sarna!

Imagine quanto transtorno... E, enquanto isso... A pressão psicológica vinha de todos os cantos da casa e por todos os lados da minha vida fora da casa...


(talvez um dia eu tenha tempo e disposição de continuar...)

kisstangerina.
Garibaldi, 07.02.2008 - 23h
NCOMPLETO - KISSTANGERINA


“A arte não ama os covardes.”
Vinícius de Moraes


... e outras que não tem no dicionário

Às vezes por conveniência, às vezes por falta...
Mas sempre sempre sempre por que é preciso.

Me faço derramar em uma textura reciclada.
Nessa palidez incapaz de julgar...
Só aqui sou livre para jogar todo meu resto. E é muito bom sentir a segurança de dominar uma lembrança deixando-a esquecida e disponível... Na folha. Na plataforma LCD.
Ao mesmo tempo é uma cara virgem reluzente me provoca, seu desuso... E ela me convence de uma liberdade irresistivelmente oculta (no falso álibi redentor), de ser um ermo – Como se passasse incólume! Como não fosse colocar-me exposta e atingível... E para isso mesmo está dito e feito.

Alguém poderia um dia destilar mais inteligente concepção da minha pessoa... Agora minhas palavras devem denunciar-me. Com elas me entrego...

Quando desistir será tarde demais, paciência!
Ninguém se arrepende francamente. Arrepender-se é uma mediocridade da santa hipocrisia.
Eu, na minha incompetência, permaneço em estado de sufocamento. De nunca poder terminar...

Um dia olhei para a parafernália de folhas, papéis, pastas, cadernos dentro dos baús... Guardanapos, histórias e outros pedaços rabiscados de lápis, caneta, batom, cajal e assemelhados... Entulhados aqui e ali, meus pedaços... Olhei atentamente para as teias das Aranhas-Marrom, do gênero Loxosceles e o pó...
Que se acumulava por ali, pensei: Que grande bosta! Me senti arruinada.

Eu tenho uma certa incompatibilidade fóbica total absoluta e perigosa com aracnídeos. Além da rinite alérgica... (Pra quem costuma rir-se, ignorante dos males que esse bichinho milimétrico causa, cometi a generosidade de acrescentar algumas fotografias ao bibliográfico).

Uma profunda angústia deprimente instalou-se.

Aquela imagem caustica crescia tomando conta de todos os meus espaços... Estava impondo-me um veredicto irrevogável, intransferível e sobretudo, depravadamente cruel. E isso nunca termina...

E agora? Pensei.



Havia chegado o momento de tomar uma atitude decisiva. As alternativas animadoras foram o catalisador:

Ou transformar os anos de relato imprestável em um produto potencialmente funcional, quero dizer, acender o fogão à lenha para aquecer uma boa sopa de cappellètti (agniolini, como se diz na colônia). Ou enfiar tudo no computador. Afinal de contas, isso não passa...

O fogo seria inclusive um breve espetáculo antagônico. Além de configurar-se em algo realmente útil, embora consumível demais para um inverno extremo sulista...

Se eu morresse agora o problema deixaria de ser meu para sempre!
Como se fosse possível morrer por conveniência!

Era preciso, sim, limpar toda a sujeira e com urgência!

A mãe já não podia suportar o quarto. Não era possível executar dois passos àquelas alturas... Eu jamais poderia ter, junto a mim, todas aquelas palavras pesadas... Palavras pesam na mochila, nas costas. Por isso ficavam amontoadas no quarto que denominaram ser meu, na casa da mãe. Sim, porque a casa é dos pais, mas a dona da casa é sempre a mãe. E isso só aumenta...

Entre o caos, as aranhas, o pó, o desgosto insensível egoísta da mãe, a bagunça insensível egoísta do quarto e a tarefa, provavelmente impossível de realizar sozinha, em minha falta de tempo... Não sabia dizer o pior. Mas podia avaliar que o fogo começava tornar-se um amigo oportuno. Além do mais, fazia bastante frio naqueles dias...

Quase sempre o que parece mais fácil acaba nos levando à falência. No caso, tudo parecia ser o mais difícil. Até mesmo ascender o fogo! Comecei acreditar que as coisas difíceis também podem causar graves prejuízos.

Entretanto, é importante esclarecer que havia uma única alternativa insustentável: Era impossível conviver com aquela presença fermentosa gritante. E isso não pára...

O que poderá acontecer se eu destruir tudo?
Nada!
E o que poderá acontecer d’outra feita?
“...tudo, inclusive nada”, diria o poeta...


Por isso mesmo é que não há expectativa.



Eis a miséria!
A grande miserável obra que escorre sem vergonha e sem descanso... Desde o tubo facetado... Acrílico cilindro. O instrumento moderno materializador... O teclado. Até a superfície passiva, onde sou livre para jogar todo meu lixo precioso. Sem medo de perder ou espalhar resquícios na casa dos outros... Porque minha eu nunca tive.

Só o que tenho de meu é o que jorra
e vejo sujar as vidas de tinta.

Palavras que não se transformaram em música, nem poema, nem coisa alguma.
A desfragmentação. A não palavra. Anti-obra. Foram deixadas aqui para trazer a mim, recordações. Porque minha memória está vencida... Palavras que não servem para mais nada a não ser isto.
O ocaso dos lixos meus!
A minha insuportância!
Palavras que, imagino, não sirvam para outra coisa... Foram deixadas aqui para lembrar-me da minha incompetência. De que tenho prazo de validade e jamais serei digna delas. Por pior que sejam... Um pouco do que não desejo doar a ninguém. O que escolhi para servir fundamentalmente à mim; da maneira que mais me convenha e disso eu lhe asseguro.
Meu caro objeto de alívio e tortura...
Meu simples ato fisiológico...
Tudo aquilo que não é interessante revelar...
Tudo o que eu posso escrever da pior maneira...
Tudo o que eu sinto vergonha de expor...
Todo o meu ridículo! E a pobreza mundana que macula o espírito.
Noitário-Soturno meu... Tomado por capricho da minha vaidade e não sei mais nem menos o quê.
Alguns rascunhos e tentativas com todos os meus erros. Desavergonhada que sou... Poderia desistir deles antes de conservar esse não se quê irremediavelmente incompleto... Como é a existência! De saber que não existo!

Assim assim é que será. Um raro privilégio... Íntimo. E que você o mereça! Que possa render uma reação... No mínimo estridente. Nem que seja uma risada... Mas uma risada orgástica!

Enquanto eu viver, o “Incompleto” será sempre... E sempre será muito grande para terminar nesse mundo, por mim. Será pequeno como eu e o mundo. Uma vivência peculiar. Sem o compromisso de ser boa. Nem fadada ao mau gosto. Mas rara e simples e única e total. Como deve ser toda e qualquer experimentação de vida que se faça! De vez que chegará para quem merece. Sim. Isto é uma verdade da qual não tenho a menor dúvida.
Depois que eu morrer mão me importa o que aconteça com as coisas desse mundo. Quero ir-me daqui sem sofrimento, pra nunca mais voltar.

kisstangerina.
PoA, 25.11.2003 – 21h40min - José do Patrocínio, 408 ap. 904 – XXVI

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ARANHA-MARROM ou ARANHA DE CASA = LOXOSCELES:

FERIMENTO 3 DIAS APÓS A PICADA:
4 DIAS APÓS A PICADA:
5 DIAS APÓS A PICADA:
6 DIAS APÓS A PICADA:
9 DIAS APÓS APICADA:
10 DIAS APÓS A PICADA:
E PODE LEVAR À MORTE.
REVISADO POR: Dra. Fania Mary Yoshida - CRM15061-PR.
olha as terríveis fotos no site:
(Fonte: http://www.apele.com.br)
Fiz um samba de nós

Parece que a gente combina
E você gosta
Parece que a gente confessa
E não escuto
Juntos somos bonitos
Temos medo de olhar
O quadro da vida
E nos agradar
Quem é que nunca jurou
Por Deus
Nunca mais amar ? !

Diva Regina D'amy.
Notações de Diva Regina
terça-f.19/09/06
14h mig.
Para Xinho, MUN 21, Que viu e exclamou o que teria sido mas não foi... ufa!
"Feelings"

Cada vez que o dia acaba
E as funções de ser gente
Apagam as luzes da velha
E o abraço voz do silêncio
Todos escoam...

Meu coração é uma unha
De ratazana adormecida
No arroio
Cada ironia é uma fornada
Como é triste

A véspera da espera!
Sala de acabar a hora
Última sentada no escuro
Onde toda vontade vira gosma
Esta sala...

E a velha escarra
Finda alma a pólvora
É a consciência do que represento
Um querer o que não tenho Sês
Não me enganas

Essa cara covarde húmil
Sou-o contrário de urgente
Ou trincheira de um medo
Combatentes os sentires
Todo este plano é minado

E todas as noites
Quando a velha
Desligam meu coração
Será uma rua cinza estreita
Por onde escoam rodas
E teu lugar guardado

Diva Regina D'amy.
XXVIII

09-07-2006
09h52min
domg-f. crsc.
baú: Poa-Gdi
Sonetosonetos

A fidelidade é um soneto
Construção perfeita
E breve!
Do Plural de Moraes

Somente dentro de si
Impegável leve
Vive...
Essas coisas imortais

Oh dor que desencanto
Oh dores terríveis comigo
Oh espanto
Oh... Malditos! Meu Deus, oh!

Um sentir ceifando aos poucos
Coração e coração
Enfiado
Em arquivos nublados

E escondidos então
Até o pó esquecidos
Sonetos...
Se foram amigos

E tresloucado vem já outro
Coração mal ensinado
Mentido
Às vezes sem pavor

Ninguém escapa
Dela Dor não haja
No mundo
Quebranto mais afligido

De horror que este
Jovem não me crê
A beleza
De uma dor que não mata

E nem cura
Mas quem supõe a ventura
Harmonia
De um só Tom?
Que nem graça nem sam-baião
E bossa...
Eu sou da terra dos caprichos

E alguns sonetos benditos
Foliões
Dos espantos que não vivem

Senão escritos
Infiéis
De tantos Vinícius

Diva Regina D'amy.
26/08/06
sáb.03h19min
nov.Gdi
Poesia Circular
C1


Agora é 100% dúvida
quero fatos...
Depois é 50% dúvida
quero provas...
Então é 100% certeza
duvido.

Kisstangerina.
XXVIII

05-06-06
11h30min
100 dormir
saindo do IPA-labin
seg-f. IIIcresc.
(pra mim chega! parei!)
Era o que eu tinha

Ontem, 16-09-2006 (1914)
Niver do Lupi
Tomei um champagne miollo
Moscatelli
que veio de brinde só...
Homenagem de boêmiaum
Pra boêmiaum

Kisstangerina.
XXIX
Das minhs bebedeiras

17-09-2006
07h47min
dom-f.
com puta dor

...mas em que sentido eu preciso mesmo "parar de viajar"?

Será por minha sincera e irremediável ingenuidade sem vergonha?
Será pela teimosia da esperança abominável que não dorme?
Será pelo antagônico desejo de simplesmente, PARAR?

às vezes gostaria de saber tantas coisas...
que melhor seria jamais ter sabido coisa alguma

ser comum e repetir...
pois é,
não é?

mas, é tarde
e é cedo
o caminho é o humor
mas, "merda, sou lúcido!"
e mais merda ainda, romântico

Não tenho nada de novo... tudo é tão sabido
Que neste sabido mundo
Não quero jogar um grão.

kisstangerina
sexta-feira, 29.06.07
07h40min (labs.fazendo trab pro ayres... e pro ayres tb)

palavrinhaPALAVRÃO
- ÚLTIMO DESEJO DE CRISTIANE SCOMAZZON -

Matem meu defunto!
Por favor!
Quebrem o meu pescoço!
C1, C2, C3.
Seja o corpo que eu usava doado
Aos que vão estudar
Por favor!
Sou eu que peço!
Não hesitem
Que besteira pagar aluguel
Para um bando de vermes inúteis
Dentro de um mausoléu
Por favor!
Não sepultem meu usado corpo, eu peço
Não me enfiem algodão!
Não me deixem bonita
Apresentada num caixão
Por favor!
Tenho na família já história
De quantos revirados!
De tampos arranhados
Asfixiados!
Catalépticos
Por favor!
Matem o meu defunto!
Quebrem o pescoço do meu corpo morto
Seja o corpo que eu vestia usado na Academia
Para os jovens aprender
outros mortais socorrer...
Não confia na tecnologia!
Atende meu último desejo!
Dê a mim essa dignidade, que na vida tive pouca...
Ela é sorrateira, eu imploro!
Engana qualquer radar, não confia!
Cruel é a catalepsia...
Alguém, por favor!
Faça alguma coisa por mim!
Não me deixe correr o risco de acordar
Apertada num caixão
Sem poder respirar!
Separe, corte minha cabeça!
Faça! Por favor! Faça isso por mim!
Enquanto é tempo!
Saberei recompensar, eu prometo!

Kisstangerina.
- Das minhas solidões e dores secretas -
26-08-2006, 05h30min / sáb. Gdi. XXVIII

(Este é mais um registro do último desejo de Cristiane Scomazzon. Que também foi kisstangerina, Ana Maria Pado, Nina Osvaldo, Diva Regina D’amy, Negabo e outros... )
POESIA DE ANA MARIA:

Teu poema é como tua música e metáfora...
É pra sempre
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A Quem

Não me importo com formalidades
Discretismos
E atitudes convenientes...
Detesto os puristas
E não quero que me perdoem

Não passo de um nome
"e o que é um nome ?"

A significação de um nome
Depende do conceito que cada pessoa lhe refere...
Se eu tiver de merecer tua história
Pode usar e deixar meu nome como quiser
Não me espere morrer

O melhor de um nome
O melhor de tudo é o privilégio do momento vivido
E acredite : Eu vivi

Eles fazem o que querem...
Ninguém sabe o que farão com o nome...

Quando eu morrer...
Esqueça
Nada disso fará mais diferença para mim

Cada um que pense em seu direito o que bem quiser

Já se vê que meu verso é mais livre do que eu
...mas não quero ser grande
Nasci pequena e vou morrer pequena
Sou Peter Pan
Sou uma conseqüência e sonho

Não quero ser mais do que isso

Meu nome não sou eu
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Ana Maria Pado.
XXVIII

19/06/06
19h39min
seg-f. mig
histórias da noite pado. história da música
Miúda

E quando chegar a minha vez serei
O que sempre fui
Uma velha magra e doida
Pintando os cabelos de azul-violeta
Com incensos de boné
Adivinhando os dias
Regando luas
Caminhando a só
Algumas ruas


Ana Maria Pado.

XXVIII

Poesia de Ana Maria
15-07-06
15h46min
sáb-f. ch
Acessório

No caminho da liberdade
Se aprende não dar importância
Ao que não é importante

Kisstangerina.
XIX

11-10-1996
Das minhas bebedeiras
Minha Vida

Escrevo
Escrevo para sobreviver
Escrevo por mim e para meu bem
A literatura tira de mim o pesar de viver
Me alivia das saudades...
O papel toma para si minhas perdas
Que nele despejo tudo!
Tenho um sentimento especial
Por todos aqueles que não se escrevem
Porque são mais fortes do que eu
E sofrem mais consigo
Gostaria de ter palavras que os escrevessem
Assim me sentiria útil
Se minhas palavras pudessem aliviar a outrem...
Mas não acredito nisso
Não com mesma intensidade
Sem escrever eu já teria morrido
Escrever me fortalece
Me redime
Tantos erros deixei de cometer
Pelo simples fato de escrever um pedaço de papel
Antes de fazer o telefonema que nunca fiz
Por isso metade de minha vida é o papel
As palavras são minha outra vida
São os anos de vida
Que não aparecem na minha cara
Vivo quando escrevo
Estou vivendo...
Uma vida íntima eterna
Jamais posso alegar minha solitude
A maior solidão que sinto
É um sublime encontro
E se tirarem de mim, minha vida
Estarei morta, certamente

Tenho muitas vidas assim
E assim terei minhas mortes

Minha voz é minha vida!
Ela precisa acontecer de seus desejos
Viver no papel
Nos palcos
Nas personagens e nas canções
Nas histórias que padeço e vivo
Onde estiver...
Canto
Canto para sobreviver
Canto por mim e para meu bem
Se não pudesse cantar eu já teria morrido
Afogada em meu próprio extravasamento!
A música tira de mim o pesar de viver
Me afasta das saudades...
A melodia toma para si minhas perdas
Sinto um apego delicadíssimo
Por todas as vidas que não se cantam
Porque são mais serenas do que eu
E sofrem simples consigo
Gostaria que minha voz pudesse justificar
Todas as vozes que me escutam
Assim me sentiria útil
Se minha voz pudesse cantar a outrem...
Mas desconfio
Ao menos em parte
Dessa intensidade
Sem cantar eu já teria morrido
Cantar me acalma o espírito
Me transforma
Tantas vezes me protegi
No escudo das canções
E tantas vezes declarei minhas paixões
No anonimato de meu canto
E sofri aliviada
Adormeci incólume da confissão
Por isso metade de minha vida é o que canto
Meu canto é minha outra vida
São as marcas dos anos que não aparento
Vivo quando estou cantando
Estou vivendo...
Uma vida íntima eterna
Jamais poderei sofrer o abandono
Minha maior solidão
É um sublime encontro
Com minha vida
Minha voz e canto
Meu instrumento precioso
E se tirarem de mim, minha voz
Estarei morta, certamente


Tenho muitas vidas assim
E terei minhas mortes

Me divido e me encontro
Dentro e permeando
De todas as personagens
Quem posso viver
Cada qual é minha outra vida
Posso amá-los e admirá-las e posso julgar-lhes porque sou eu
Então igualmente me vivem. Experimentam
E me deixo entregue completamente a sua vida
Porque é a minha vida
E são eu
Com eles me apresento
Na segurança lúdica do encanto
No mistério eterno e mágico da cena
Protegida na dúvida tênue da ação
Que só eu sei
Onde estou
Dentro em cada ato...
Atuo
Atuo para sobreviver
Atuo por mim e para meu bem
O teatro tira de mim o pesar de viver
Me renova das saudades...
O palco toma para si minhas perdas
Guardo um amor terrível
Pelas personas que não se representam de si
Porque são melhores do que eu
E suportam conviver consigo
Obrigadas a sustentarem seu peso
Sem nunca imitar-se em outra vida!
Gostaria de personificar todas as fugas impossíveis
Em cada ato e palco que me faz viver
Assim me sentiria útil
Se eu pudesse representar e expurgar a angústia
De quem viesse me assistir...
Mas não tenho fé nessa vontade
Não com toda minha intensidade
Sem atuar eu já teria morrido
Tantas vezes me salvei sem orgulho
Mas por bom senso, nas mãos da performance...
Por isso metade de minha vida deixo no palco
Metade de mim vivo no palco!
E se tirassem de mim o teatro
Eu já estaria morta
Porque o teatro é minha vida
Também
Junto com a vida
No teatro eu vivo intensamente
Tudo aquilo que os anos não me aparecem no corpo
Meus personagens sofrem as dores
Que não aparecem na minha pele
Assumem as rugas da minha alma
Vivo quando me represento em papéis
Estou vivendo...
Uma vida íntima eterna
Todas as vidas
Jamais estarei sinceramente perdida
Enquanto puder me encontrar
Em tantos pedaços de mim
Pois o maior abandono que sinto
É um sublime encontro
E se tirarem de mim, o teatro
Estarei morta, certamente

Por isso tenho tantas vidas
E assim terei minhas mortes

Eis porque carrego tudo isso
Com respeito inabalável
Pois é minha vida que apresento
É pedaço de mim que lhe entrego
Cuida! Que podes me ferir!

Eu deveria dizer isso
Com todas as vozes do mundo...
Porque há de ser a própria vida
A arte
É meu espírito
Quando ela acabar em mim
Cairá o meu corpo
E serei apenas o sonho
Do que sempre quis ser


Kisstangerina.

Domenega, 13.07.08
13h31min
unesul = poa-gdi
Trapo:

Mas quem é que me fala desse jeito?
Dessa palavra tão sua...
Que está do outro lado de mim?
Quem é
Me desperta assim de sim
Quem és que me contorcendo...?
E nem parece eu.
Que sou?
Um trapo...
Insubstituível e urgente e importante
E nenhum outro serviria para ajuntar-me do próprio esparramo...
Sou também o próprio trapo e o próprio estrapo que recolho...
Sou.
Preciso ser.
O sonho aveludado do trapo velho sou eu.
Sou eu o sonho e o trapo sou.
O que seria das despedidas...
das múmias...
Nefertiti
Das lágrimas...
dos lábios...
e olhos....
Da lepra
dos dias de sol sem sombra
E da moda...
Das cenas do cinema antigo...
O que seria dessas lembranças?
Se não fosse por essa textura esfiapada mal terminada romântica
Que sou?

Kisstangerina.
17.06.08 -00:32min